Deito-me hoje em uma cama gelada. O toque, frio, de meus lençóis já não produz mais a euforia e toda a empolgação de estar tão perdidamente apaixonado que seria capaz de me perder em meus próprios pensamentos em uma busca incessante por tuas lembranças.
O vento forte que bate freneticamente em minha janela já perdeu a doce melodia de tua voz e nem mesmo o calor do sol reproduz o calor que, antes, só encontrava em teus mais calorosos abraços e beijos.
Sinto que algo dentro de mim vai se perdendo a cada dia que passa e a cada dia que se vai, perco tudo, cada vez mais rápido e mais dificuldade eu tenho para identificar o que está sendo perdido. É o sentimento que começa a me abandonar, deixando-me com uma estranha sensação de paz.
À medida que o tempo vai passando, e passa depressa, sinto-me mais à vontade com a ausência de meu amor e de seus carinhos e afetos. Os poucos cortes que teimavam em ferir meu coração finalmente cicatrizaram e com as marcas que se foram, se foram também às lembranças de tudo que passamos juntos e de todo o resto que vivemos.
É quando aquele sentimento de solidão e perda vai ficando parecido com a sensação de liberdade é que percebo que aquele amor que tanto me afligia agora me abandonou de vez e que tudo que restou agora não passa de alguns pensamentos vagos e delírios temporários a respeito de meu amor.
Faz um tempo já que não penso em ninguém quando o telefone toca ou quando o interfone de minha casa toca nervosamente nas madrugadas solitárias de minha vida. Faz um tempo que não me importo com os caprichos de praxe que tinha em beneficio ao bem-estar de minha paixão.
Tudo isso, esse turbilhão de abandonos e decadentes formas de expressão distorcidas formam, no todo, o desabrochar de uma nova flor, uma nova vida sedenta de carinho, paparicos e sussurros tão melosos quanto o próprio mel. São as marcas, as profecias que antecipam a chegada de um amor completamente novo, ou, renovado.
Poderia então eu, no mesmo brilho no olhar da pessoa que já amei encontrar um brilho ainda mais intenso? Intenso o suficiente para reacender, reavivar aquela paixão já adormecida de seu sono e fazer esquecer a terrível batalha e o tinir das espadas de dois corações já marcados pelo desencontro?
Sim, eu diria. Aprender a amar uma nova pessoa é muito mais difícil do que se apaixonar por alguém que já amou. Assim são feitas as relações, à medida que o relacionamento avança ficam para trás algumas dúvidas e paranóias que só quando são esquecidas ou superadas é que deixam o relacionamento prosseguir. Um amor verdadeiro jamais morre apenas espera sua outra metade o alcançar ou encontrar o caminho de volta até ele.
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
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Um comentário:
Ta loko!! Tu escreve muito véio!!
Sucesso certo, espero que alguem te descubra e tu publique td iso ae, e quem te achar primeiro vai lucrar, pq a coisa eh grande!
Parabens!! SUCESSO!!
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